Lula vai terminar mandato com dívida maior do que o prometido
A atual gestão Lula deverá terminar o mandato com um endividamento maior do que o prometido no lançamento do arcabouço fiscal. À época, o cenário-base da equipe econômica era que a regra para as contas públicas estabilizaria a dívida do País em 76,54% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2026 — no último ano de mandato. A pouco mais de um ano do encerramento do governo, no entanto, a previsão dos analistas indica que a dívida brasileira vai se aproximar de 84% do PIB em 2026.
O elevado endividamento do País tem preocupado os investidores. Mais do que o crescimento da dívida previsto até o fim da terceira gestão Lula, não há indicação, por ora, de que o Brasil vai conseguir estancar esse aumento nos próximos anos. Entre os analistas, há um consenso de que o próximo governo — seja qual for — vai ter de adotar medidas de ajuste para as contas públicas.
“Quando a regra fiscal é crível, ela indica aos agentes do mercado que o governo se compromete com um determinado padrão de conduta fiscalmente responsável, capaz de entregar as contas públicas em ordem em algum prazo factível do tempo. O que acontece é que essa regra, por uma série de razões, não consegue mais trazer essa credibilidade”, afirma João Pedro Leme, analista da consultoria Tendências.
Na prática, o arcabouço fiscal não tem sido capaz de entregar resultados primários robustos e positivos — aqueles que não consideram o gasto com juros. E pior: as metas do governo estão mais frouxas desde abril do ano passado.
Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil