Toyota paralisa fábricas em Sorocaba e Indaiatuba, corre atrás de fornecedores no exterior e admite que retomada de motores pode levar meses

Por Nossa Hora
Segunda-Feira, 29 de Setembro de 2025 às 09:39
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Após o vendaval que destruiu a fábrica da Toyota em Porto Feliz (SP), a montadora dará férias coletivas emergenciais a 5,7 mil trabalhadores de suas três plantas brasileiras, incluindo Sorocaba e Indaiatuba.

O plano inclui lay-off — suspensão temporária do contrário de trabalho — a partir de 21 de outubro, com duração de 60 a 150 dias e pagamento de 100% do salário para quem ganha até R$ 10 mil.

Produção de motores da Toyota enfrenta paralisação, e retomada pode levar meses enquanto a empresa negocia com fornecedores internacionais; A informação é da Folha de S. Paulo.

Enquanto trabalha para restabelecer a linha de produção, a empresa corre atrás de alternativas em mercados externos. A estratégia busca evitar maiores prejuízos e garantir o fornecimento de componentes essenciais para manter suas operações no Brasil.

Impacto direto nas unidades brasileiras

A paralisação compromete parte significativa da produção nacional da Toyota.

Sem os motores, veículos prontos não podem ser entregues, o que afeta desde concessionárias até consumidores finais.

Além disso, trabalhadores foram diretamente atingidos: em Indaiatuba, a implementação de layoff foi aprovada como medida temporária para reduzir custos e preservar empregos enquanto as operações não são normalizadas.

Esse cenário não é exclusivo da Toyota, mas representa um retrato claro das vulnerabilidades da indústria automotiva brasileira diante da dependência de insumos importados e da complexidade de cadeias globais.

Alternativas e busca internacional

Diante do impasse, a Toyota tem intensificado negociações com fornecedores em outros países.

A ideia é redirecionar parte da produção de motores de unidades internacionais para o Brasil, de modo a compensar a inatividade local.

Essa manobra, no entanto, leva tempo, já que envolve logística, adaptações técnicas e autorizações específicas.

Enquanto isso, a montadora mantém análise sobre aumento da capacidade em plantas estrangeiras para que o impacto no mercado brasileiro seja o menor possível.

Mesmo assim, a empresa já admite que a solução definitiva pode se arrastar por vários meses.

Repercussões no setor automotivo

A situação da Toyota reflete um momento de ajuste no setor automotivo nacional, marcado por instabilidade na oferta de peças e pressão por custos mais baixos.

O risco de desabastecimento preocupa fornecedores, concessionárias e consumidores, que podem enfrentar atrasos em entregas e menos opções disponíveis no mercado.

O episódio expõe a dependência estrutural do Brasil em relação às cadeias internacionais de insumos.

A paralisação de apenas uma planta de motores é suficiente para comprometer toda a linha de produção de veículos no país, mostrando como a falta de diversificação de fornecedores aumenta a vulnerabilidade.

A Toyota atravessa um dos momentos mais delicados dos últimos anos no Brasil, e a solução não será imediata.

O impacto vai além das fábricas, atingindo trabalhadores, concessionárias e consumidores.



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