Diagnóstico tardio e sinais pouco conhecidos tornam o melanoma mais letal
O mito de que pessoas negras “não têm câncer de pele” ainda é uma das principais barreiras à detecção precoce. Embora a incidência seja menor nesse grupo, quando o melanoma surge, ele costuma ser identificado mais tarde — cenário que eleva em até três vezes a mortalidade, explica o dermatologista Marcelo Picone, da Hapvida.
Segundo o especialista, os sinais do melanoma em peles negras muitas vezes não aparecem como as “pintas” clássicas. O tipo mais comum é o melanoma acral lentiginoso, que acomete palmas, plantas dos pés e a região subungueal. Uma linha preta na unha, por exemplo, pode indicar melanoma.
Manchas muito escuras, acinzentadas ou azuladas nessas áreas, além de feridas na perna que não cicatrizam, também merecem atenção e frequentemente são confundidas com problemas vasculares ou diabetes. Entre pessoas negras, também são mais frequentes os melanomas de mucosa, que atingem boca, nariz e região genital, e o carcinoma espinocelular, outro tipo agressivo de câncer de pele.
Picone orienta que a proteção solar faça parte da rotina diária, com reaplicação quando houver exposição contínua, além do exame dermatológico anual a partir dos 30 ou 40 anos. “O melanoma em pessoas negras costuma surgir onde menos se espera. Por isso, informação e vigilância são essenciais”, conclui o especialista.
Dezembro Laranja
A campanha nacional de combate ao câncer de pele reforça, ao longo de dezembro, a importância da fotoproteção diária e do diagnóstico precoce. A iniciativa é promovida pela Sociedade Brasileira de Dermatologia para ampliar a conscientização sobre os diferentes tipos de câncer de pele e estimular hábitos preventivos durante todo o ano.