Reprovação em alta mostra urgência de Lula reconfigurar governo


Se o presidente Luiz Inácio Lula da Silva levar em consideração a pesquisa Genial/Quaest, divulgada ontem, para definir os próximos passos da reforma ministerial, os ajustes pontuais planejados podem se transformar em uma reformulação mais profunda. O recado dos eleitores de oito estados – São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia, Pernambuco, Paraná, Rio Grande do Sul e Goiás – foi claro: Lula precisa reconfigurar sua gestão.
O levantamento revelou um crescimento expressivo na desaprovação do governo, que agora supera a aprovação mesmo em estados que garantiram vitórias significativas a Lula em 2022. Em todas as unidades federativas analisadas, a maioria dos entrevistados defende que o governo deve mudar de direção nos próximos dois anos.
Desde a última medição, realizada em dezembro, a desaprovação avançou em vários estados: em São Paulo, saltou de 55% para 69%; em Minas Gerais, de 47% para 63%; na Bahia, de 33% para 51%; no Paraná, de 53% para 68%. No Rio de Janeiro e no Rio Grande do Sul, a desaprovação atingiu 64% e 66%, respectivamente, sem comparativos históricos. Já em Goiás, o índice cresceu de 56% para 70%, enquanto em Pernambuco subiu de 33% para 50%.
A percepção dos eleitores sobre a economia também se deteriorou. 62% dos paulistas, 59% dos mineiros, 60% dos fluminenses, 50% dos baianos, 61% dos paranaenses, 56% dos gaúchos, 51% dos pernambucanos e 58% dos goianos avaliam que a situação econômica piorou nos últimos 12 meses.
Paraná
A desaprovação ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chega a 63,1% no Estado de São Paulo, segundo levantamento do instituto Paraná Pesquisas divulgado nesta quarta-feira, 26. O índice representa um aumento de quase nove pontos porcentuais desde a edição anterior da pesquisa, em novembro do ano passado.
O governo Lula 3 é aprovado por 34,1% dos paulistas entrevistados - uma diminuição de 8,3 pontos porcentuais em relação ao último levantamento. Já 2,8% não souberam ou não responderam.
A avaliação negativa do governo, ou seja, opiniões que consideram a gestão "ruim" ou "péssima", também aumentou no Estado: foi o caso de 53,5% dos entrevistados, contra 45,5% na pesquisa passada, de novembro.
A avaliação positiva, de quem considera o governo "ótimo" ou "bom", foi de 22,5%, em uma queda de 8,5 pontos porcentuais. Outros 22,4% disseram considerá-lo regular, e 1,6% não soube ou não respondeu.
Em nível nacional, a reprovação ao governo Lula também foi apontada na pesquisa CNT/MDA. A gestão atingiu a pior marca desde janeiro de 2023, classificada como "péssima" por 32% dos entrevistados e "ruim" por 12%.
Por Guilherme Amado, do Estado de Minas
Foto:Marcelo Camargo/Agência Brasil