Brasileiros pagaram mais de R$ 3,5 trilhões em impostos este ano

A poucos dias do fim do ano, o Impostômetro, painel localizado na sede da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), já supera a marca de R$ 3,5 trilhões. O valor representa o total de impostos, taxas e contribuições pagos pelos contribuintes brasileiros aos governos federal, estadual e municipal, desde o início do ano, incluindo multas, juros e correção monetária.

A título comparativo, o valor de R$ 3.571.153.973, contabilizado entre 1º de janeiro deste ano e 11h desta quinta-feira (26), daria para comprar mais de oito bilhões de cestas básicas. No mesmo período do ano passado, o montante registrado foi de R$ 3,12 trilhões, o que representa um aumento de 12%.

Como explica Marcel Solimeo, economista-chefe do Instituto de Economia Gastão Vidigal da ACSP, a elevada carga tributária brasileira reflete diversos fatores. “O primeiro é o crescimento da economia, que, embora ainda modesto, exerce impacto sobre a arrecadação. O segundo fator é a inflação, pois o aumento dos preços acaba se refletindo nos impostos cobrados. O terceiro está relacionado ao reajuste de algumas alíquotas, como as de combustíveis, que haviam sido reduzidas, mas voltaram a subir”, revela.

Segundo o especialista, a expectativa para 2025 é de continuidade no aumento da carga tributária, uma vez que a inflação já está 'contratada'. “Não há, portanto, perspectivas favoráveis para uma redução desse cenário”, destaca.

Consumidores baianos

O Impostômetro ainda aponta a Bahia como responsável por 2,92% do total arrecadado no país, com montante de cerca de R$ 115 bilhões entre janeiro e esta quinta-feira (26). Outros estados têm contribuição mais expressiva, em igual período, a exemplo de: São Paulo (R$ 1,2 tri), Distrito Federal (R$ 222 bi), Minas Gerais (R$ 263 bi), Paraná (R$ 119 bi), Rio de Janeiro (R$ 586 bi), Rio Grande do Sul (R$ 205 bi) e Santa Catarina (R$ 149 bi).

Deste total, Salvador é responsável por R$ 375 bilhões em arrecadação, o que a projeta como cidade baiana líder em pagamento de impostos, taxas e contribuições. Outros municípios do estado apresentam números relevantes este ano, como: Alagoinhas (R$ 65 mi), Barreiras (R$ 73 mi), Camaçari (R$ 528 mi), Candeias (R$ 113 mi), Eunápolis (R$ 60 mi), Feira de Santana (R$ 458 mi), Ilhéus (R$ 144 mi), Itabuna (R$ 82 mi), Jequié (R$ 71 mi), Juazeiro (R$ 116 mi), Lauro de Freitas (R$ 251 mi), Luís Eduardo Magalhães (R$ 91 mi), Mata de São João (R$ 131 mi), Porto Seguro (R$ 134 mi), Simões Filho (R$ 86 mi), Teixeira de Freitas (R$ 94 mi) e Vitória da Conquista (R$ 171 mi). 

Por Livia Veiga

Foto: Reprodução/ AM POST.