Análise: "sem gás", Bahia é lento e previsível em derrota para o Corinthians


Se o Bahia fosse um refrigerante, a impressão atual é de que o ele está "sem gás". Ao menos essa foi a imagem passada pelo Tricolor nas exibições mais recentes pelo Campeonato Brasileiro. No último domingo, depois da derrota por 1 a 0 para o Corinthians, o Tricolor chegou a 44% de aproveitamento nos últimos nove jogos na Série A. Nos primeiros nove foram 66% de rendimento Com exceção de Gabriel Xavier, suspenso e substituído por Victor Cuesta, o Bahia foi a campo com a escalação principal, já na ponta da língua do torcedor. Mas quando a bola rolou, o Tricolor não conseguiu repetir as atuações que o credenciaram e figurar na parte de cima da tabela do Brasileiro. O time treinado por Rogério Ceni até teve a posse de bola, como costuma ser em seus jogos, especialmente na Fonte Nova. O problema é que as trocas de passes ficaram concentrados longe da área do rival. Além disso, o Bahia foi lento e previsível quando tentou atacar o Corinthians Em uma das tentativas de aproximação da área do Corinthians, Everton Ribeiro foi desarmado e o contra-ataque terminou em gol de Romero. Na prática, mesmo antes do argentino balançar as redes, os visitantes já eram melhores em Salvador. E não apenas porque se defendiam bem, mas também pelo que faziam com a bola nos pés Assim como as boas partidas do Bahia passaram pelo meio de campo do time, a atuação ruim contra o Corinthians também teve participação do setor. Além da dificuldade para criar, o Tricolor sofreu para acertar as recomposições. E aí, a cada vez que perdia a posse de bola, o time oferecia muitos espaços para os contra-ataques do Corinthians. Com 15 minutos do segundo tempo Rogério Ceni fez as primeiras substituições, mas manteve a estrutura no meio de campo e fez trocas nas laterais: Iago Borduchi e Gilberto nas vagas de Juba e Santiago Arias.
O Bahia aumentou a posse de bola e conseguiu finalizar mais vezes, mas não chegou a criar chances claras para empatar a partida. Na melhor oportunidade, Caio Alexandre parou em Hugo. O maior volume tricolor teve mais relação com o recuo das linhas alvinegras do que com uma melhora real da equipe da segunda etapa.
Entre o minuto 30 e o 35, Rogério Ceni esgotou as mudanças a que tinha direito. Rezende foi improvisado no lugar de Cuesta porque os dois zagueiros estavam amarelados. No meio de campo, De Pena assumiu o lugar de Cauly, e Jean Lucas saiu para Ademir ser uma alternantiva de velocidade no ataque.
Só na reta final da partida o Bahia esteve realmente perto de empatar. Na base do abafa, com muitos jogadores no campo de ataque, o Tricolor acertou a trave duas vezes e viu Hugo fazer importantes defesas para impedir uma reação na Fonte Nova.
Perto do final do primeiro turno, em um momento de separação de blocos na Série A, o Bahia já não persegue o líder como fez até pouco tempo. A boa notícia é que, mesmo em meio a uma natural oscilação, o Tricolor segue na cola do G-4 e muito bem posicionado quando o assunto é G-6 Nesta quarta-feira, o Tricolor encerra sua participação no primeiro turno com uma visita ao Atlético-GO. A partida está marcada para o Estádio Antônio Accioly, em Goiânia, às 21h30 (horário de Brasília). É a última chance para o time treinado por Rogério Ceni superar os 31 pontos da campanha de 2019 e fazer o melhor primeiro turno do clube nos pontos corridos com 20 equipes.
GE
Foto: Rafael Rodrigues/EC Bahia