04 de fevereiro dia Mundial do Combate ao Câncer: conheça os tumores cerebrais mais comuns

Por Nossa Hora
Domingo, 04 de Fevereiro de 2024 às 18:47
Foto: REPRODUÇÃO

Em pesquisa divulgada em 2020, o Instituto Nacional do Câncer (INCA) projetou o diagnóstico de 11.100 novos casos de tumores cerebrais/sistema nervoso central para cada ano do triênio 2020/2022. Um dado que traz, na oportunidade da celebração do 04 de fevereiro, Dia Mundial de Combate ao Câncer, um alerta sobre a necessidade de intensificar a divulgação de informações acerca da doença, suas manifestações e formas de tratamento.  

O câncer é uma das principais causas de óbito no mundo, sendo responsável por cerca de 10 milhões de mortes anualmente, de acordo com dados da OPAS (Organização Pan-Americana da Saúde). Quando falamos de tumores malignos cerebrais, trata-se de um tipo de câncer que não está entre os mais comuns, mas que podem ser muito graves, principalmente quando não diagnosticados em fase inicial. 

De acordo com o Dr. Antônio Araújo, neurocirurgião da Clínica Araújo & Fazzito e do corpo clínico do Hospital Sírio Libanês, os tumores cerebrais malignos são aqueles formados por células cancerígenas que crescem de maneira invasiva, podendo se espalhar para diversas partes do cérebro ou até mesmo do corpo. “Esse tipo de câncer é classificado com base na sua origem e nas características histológicas das células”, explica ele. 

O especialista comenta ainda que que os tumores cerebrais são um pouco mais comuns entre os homens, podem surgir em qualquer idade e possuem sintomas parecidos, como dores de cabeça, alterações de personalidade, fraqueza, sensações anormais, perda de equilíbrio, dificuldade de concentração, convulsões e falta de coordenação. 

Astrocitomas 

De acordo com o neurocirurgião, os astrocitomas são os tumores mais comuns. Eles originam-se dos astrócitos, tipo de célula que constitui o maior componente do tecido cerebral e são divididos em quatro grupos: 

Astrocitoma pilocítico, que é benigno e curável somente com cirurgia; astrocitoma de baixo grau (grau 2), que também é benigno e de crescimento lento, mas com maior risco de se transformar em tumores mais agressivos; astrocitoma grau 3, que é maligno e de crescimento relativamente rápido. 

Glioblastoma multiforme (grau 4) 

“Esse é o mais grave dos astrocitomas, sendo um tumor maligno e com crescimento bem rápido, sendo mais comum em pacientes entre 40 e 70  anos” comenta o médico especialista.  

Oligodendrogliomas 

Esse tipo também é bastante frequente quando o assunto é tumor cerebral, mas nesse caso dividem-se em tumores de baixo grau e alto grau, sendo que os de grau 2 crescem mais lentamente e são menos agressivos, ao contrário dos de grau 3. 

Meningiomas 

Esses, de acordo com o Dr. Araújo, são mais comuns em mulheres por conta de sua relação com hormônios femininos. “A grande maioria de casos são tumores benignos com crescimento lento e diagnosticado em exame de rotina, aumentando a chance de cura, entretanto, existe uma pequena porcentagem de meningiomas agressiva, chamados de atípicos ou grau 3, sendo necessário realizar cirurgia em conjunto com outras terapias”, finaliza o neurocirurgião. 

Sintomas dos tumores cerebrais 

Dor de cabeça específica, não do tipo tensional ou enxaqueca, mais leve e que surge frequentemente ao acordar pela manhã, associada a episódios de vômitos em jato, tontura, convulsões, perda de coordenação motora, perda de visão e audição, perda de força em um lado do corpo e alteração da sensibilidade em partes do corpo, estão entre os sintomas gerados pelo tumor cerebral. 

São ocorrências que se apresentam de acordo com as áreas do cérebro em que o tumor possa estar exercendo alguma ação. 

Diagnóstico e tratamento dos tumores cerebrais 

A partir dos sintomas já relatados, o médico especialista precisará de exames de imagem para a investigação das áreas do cérebro, procurando por massas. Os mais comuns são a ressonância magnética (RM), a neuronavegação e a biópsia cerebral pela técnica de estereotaxia. 

Essas últimas, inclusive, já podem fazer parte do tratamento pois ajudam a guiar o neurocirurgião na localização, coleta de material, ressecção ou inserção de agente radioativo para a redução/eliminação do tumor. 

A neuronavegação se utiliza de exames de imagens do paciente, como tomografia computadorizada ou a própria ressonância magnética, acoplados em softwares de computador que orientam o local exato por onde o médico poderá explorar e intervir. Dessa forma, evita-se lesões em áreas responsáveis por funções essenciais do paciente, como fala, movimento, cognição e afins. 

O sucesso do tratamento dependerá do tipo e localização do tumor, bem como da possibilidade de eliminá-lo por completo de forma segura, ou seja, sem a necessidade de interferência em estruturas que possam incapacitar o paciente em suas funções. 

Nos quadros em que não é possível fazer a remoção total do tumor, ele poderá ser reduzido e ter a complementação do tratamento pelas medicações convencionais da oncologia. E mesmo na impossibilidade de cura, é viável ampliar a sobrevida e o bem-estar do paciente.