O governador Jerônimo Rodrigues (PT) comentou neste domingo, 5, durante o anúncio da abertura de licitação para obra de requalificação do Teatro Castro Alves (TCA), a crítica feita pelo prefeito de Salvador, Bruno Reis (União Brasil), a respeito do metrô. O gestor municipal atribui ao modal a responsabilidade pelo baixo desempenho dos ônibus na capital baiana.
“Eu não vou descer ao ponto de fazer uma avaliação precária de que o metrô atrapalhou ou atrapalha a mobilidade de Salvador. Deixaram parado por tanto tempo e o governo Wagner, na época, o Rui Costa era secretário, retomou e fez. Hoje, quem usa o metrô sabe da importância”, avaliou o gestor estadual.
O prefeito por sua vez, afirmou que a crise vivenciada pelos transportes públicos soteropolitano foi atenuada com a chegada do metrô. De acordo com Reis, o sistema metroviário arrecada maior percentual da receita, enquanto os ônibus ficam apenas com 39% do valor recolhido.
“O transporte de pneus, do ponto de vista financeiro, foi ficando inviável. Hoje a receita, fruto do pagamento da passagem, não cobre a despesa do sistema”, apontou durante entrevista à rádio Metrópole, na última terça-feira, 24. “[O metrô] fica com a parte maior da tarifa. 61% a 39% [ônibus], então isso foi o grande problema do sistema de Salvador”.
Jerônimo ainda afirmou que o debate sobre a mobilidade de Salvador deve começar a ser tratado durante as discussões eleitorais do município, que será encabeçado pelo candidato escolhido por ele. O chefe do Executivo estadual aproveitou para alfinetar o tratamento do tema pela gestão municipal.
“Nós queremos discutir o sistema de mobilidade de Salvador. Nós vamos fazer isso. Aproveitar agora o tempo eleitoral para a gente debater e discutir que mobilidade nós temos e qual a que nós queremos em Salvador, tanto no valor da passagem, quanto do tempo de espera, a qualidade dos transportes. Olha como é que andam os ônibus que circulam em Salvador”, alfinetou ao Portal A TARDE.
Em contrapartida, o governador citou a chegada da montadora chinesa, BYD, no Estado, como uma possível facilitadora para aquisição de novo ônibus elétricos em Salvador. Segundo Jerônimo, antes mesmo do desembarque da empresa asiática, a capital acumula 20 coletivos elétricos à disposição da população.
“Nós temos 20 ônibus elétricos circulando em Salvador. Agora, com a chegada da BYD, a gente quer ampliar esse número não só para os coletivos aqui em Salvador, mas, quem sabe, levar para outros municípios: Feira [de Santana], [Vitória da] Conquista, as cidades maiores [do interior do Estado]. Basta a gente ter a fábrica, a indústria instalada na Bahia”.
VLT
O Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) do Subúrbio vem sendo tratado como tema prioritário para o governo Jerônimo. Após a rescisão do contrato com a Skyrail, a gestão vem se empenhando para lançar uma nova licitação a fim de arrematar um novo responsável pela obras.
Ao Portal A TARDE, Jerônimo revelou que chamou para si a responsabilidade para o início das intervenções, que inicialmente deve beneficiar o trecho da Calçada a Suburbana, e sentou à mesa com algumas secretarias para acelerar o processo de divulgação da licitação.
“Eu sentei com a Casa Civil, a Sedur, a Sefaz e a Conder para discutir o VLT. Eu também espero que nos próximos dias, a gente possa oferecer à sociedade de Salvador, a licitação do VLT. Vocês sabem que eu tenho uma dívida – não é do governo passado, já minha – da gente licitar aquele trecho da Calçada até Suburbana”, pontuou.
A Tarde